quarta-feira, 11 de abril de 2012

Empresas ganham com a consumerização, diz IDC

O usuário de dispositivos móveis foi promovido a CIO, na medida em que escolhe não só que plataforma vai levar para dentro da empresa, mas também as aplicações, corporativas ou não. Diante da situação, as empresas têm duas opções: reconhecer o fenômeno e adotar políticas que incluam esses dispositivos de forma segura, ou proibir de vez o uso e impactar negativamente o usuário, causando frustração e o convidando a dar “um jeitinho”.

Para Luciano Crippa, gerente de pesquisas da IDC, a consumerização de TI é um movimento inevitável que impacta fortemente a vida do CIO. Só em 2012, prevê a IDC, serão vendidos 660 milhões de smartphones. No Brasil, serão 50 milhões por ano. “Vivemos um momento de inflexão na curva de tecnologia”, diz Crippa.

Se em toda a história do computador pessoal foram desenvolvidos cerca de 55 mil diferentes aplicações, em poucos anos os dispositivos móveis já contam com 1,3 milhões de apps, sendo usadas por bilhões de usuários e conectando milhões de ‘coisas’. “O mundo caminha para uma economia mais inteligente quando tudo isso estiver consolidado.”

Dentro das empresas, a maior influência para adoção de dispositivos pessoais vem dos cargos de alta gestão, como VPs e diretores, em 43% dos casos. Depois, vem os altos executivos, como CIOs e CEOs, com 42%, seguido pelos gerentes, com 28%. O número desses dispositivos na empresa não para de aumentar: em 2010 eram trazidos por 30,7% dos funcionários; em 2011, por 40,7%.

Na América Latina, 43% dos smartphones pessoais são autorizados a acessar dados das empresas, principalmente e-mail. Para os tablets essa proporção cai para 19%, mas com tendência óbvia de crescimento. “O próximo passo é permitir o uso de ferramentas de gestão, como CRM, BI, relatórios etc”, diz Crippa.

CondiçõesQuestões como gerenciamento ainda causam resistência nos CIOs quando o assunto é consumerização. E eles têm razão. Enquanto os departamentos de TI acreditam que 34% dos funcionários usam smartphones, 6% tablets e 40% a web dentro da empresa, a realidade é bastante diferente (69%, 13% e 70%, respectivamente, quando é pergunta é feita aos usuários).

“A consumerização traz uma série de benefícios”, explica Luciano Crippa. “Se o usuário traz seu próprio dispositivo, os custos imediatos com terminais para acessar a rede corporativa diminui. Além disso, há o aumento da flexibilidade e produtividade do funcionário, que também traz produtos e aplicações inovadoras para dentro da empresa.”

Os desafios da consumerização costumam ser mais alardeados que os benefícios. A segurança, por exemplo, preocupa 83% dos gerentes de TI. “Essas plataformas representam ambientes pessoais, pouco corporativos, e o gestor tem pouco conhecimento sobre eles”, explica Crippa. No entanto, segundo a IDC, 52% das empresas estão desenvolvendo políticas de suporte e prevenção de riscos.

Há ainda outras questões a serem consideradas, como cultura da empresa, compliance, custos de longo prazo, e mesmo preservação da marca, uma vez que vazamentos de informação via smartphone podem comprometer a imagem de uma empresa.

“O maior risco para a empresa é ser inflexível”, diz o analista do IDC. “O mercado e a mão de obra atual está mudando mais rápido que antes. É necessário investir em segurança para devices não corporativos, planejar detalhadamente a adoção e fazer medições do antes e do depois.”

Crippa recomenda às empresas a formulação de políticas claras para o uso de dispositivos pessoais no trabalho, e os usuários devem concordar com medidas como o uso de criptografia, padrões fortes de senha, remote wip, políticas para as redes sociais. “Concessões devem ser feitas dos dois lados. Não existe certo e errado nesses casos”, explica. “É preciso lembrar que a consumerização não se trata só dos dispositivos, mas também da forma como o usuário trabalha.”

Fonte: http://ipnews.com.br/telefoniaip/negocios/categorias-de-negocios/pesquisas/23947-empresas-ganham-com-a-consumerizacao-diz-idc.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário