Dezenas de indústrias localizadas no bairro Capuava, em Mauá, estão incomunicáveis há 15 dias. Sem telefone fixo, fax e internet banda larga, os empresários contabilizam prejuízo mínimo de R$ 395 mil por não receberem pedidos dos clientes e ficarem sem contato com os fornecedores. As promessas de reparo feitas pela Telefônica Vivo não foram cumpridas.
O sócio da metalúrgica Luankar, Luiz Martin, relata que os clientes que têm seu número de celular questionam se a empresa fechou as portas. "As pessoas ligam bravas porque tentam falar conosco e não conseguem passar os pedidos. Nosso prejuízo mínimo é de R$ 300 mil."
Ele acrescenta que só não perdeu contratos de exportação com o Paraguai, Uruguai e Bolívia no valor de R$ 346 mil porque os clientes ligaram no celular. Apesar da era digital, parte dos desenhos das peças do Exterior ainda chega via fax. Martin afirma que contratou advogada para entrar com ação na Justiça.
A situação do empresário Paulo Bianco não é muito diferente. Dono de três indústrias de embalagens plásticas da Rua João Nincão, a queda nos pedidos, principalmente das regiões Norte e Nordeste, levou à perda de R$ 95 mil em venda bruta. "Técnicos contratados por nós inspecionaram toda a rede e informaram que o problema é externo", diz a representante da Plasjope, Michelle Caputo. As cinco linhas da empresa apenas fazem ligações.
Na mesma rua, a metalúrgica RFM está totalmente sem comunicação, pois além das cinco linhas mudas, o serviço de banda larga Speedy está inoperante desde sexta-feira. A gerente Rosana Cecília Garcia não consegue mensurar o prejuízo, mas crê que deixou de participar de concorrências importantes, "que têm prazo para enviar o orçamento".
A empresária da Filtros Sam, Leonilda Ferreira, não consegue enumerar a quantidade de reclamações que fez. "Nem as respostas da ouvidoria da Telefônica nem da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) foram satisfatórias."
O vizinho Carlos Roberto Rostirola, proprietário da Rosper Indústria Metalúrgica, reclama que a operadora não cumpre prazos. Além disso, seu telefone apenas faz ligações.
A Ferrane Indústria Metalúrgica e Pillar Usinagem Mecânica e estão na mesma situação.
Questionada, a Telefônica Vivo enviou nota ao Diário explicando que "o serviço de telefonia nas proximidades das ruas Santa Cecília e Avenida Manoel da Nóbrega, em Mauá, voltará a funcionar no menor prazo possível. O serviço foi afetado por descarga elétrica em armários ópticos. Os clientes receberão crédito, em conta futura, proporcionalmente ao período em que o serviço apresentou problema".
Empresários já sofreram com quedas de energia
Em novembro de 2009, quando aconteceu o apagão, as cerca de 50 empresas instaladas nas proximidades da Rua João Nincão, em Mauá, sofreram com diversas interrupções no fornecimento de energia elétrica, que também causaram prejuízo. Naquela época, no período de apenas um mês houve 11 quedas, que duravam em média de 30 minutos a hora cada.
"Creio que por ficar na divisa entre Santo André e Mauá, as prefeituras acabam esquecendo o bairro. Isso inclui a Eletropaulo e as operadoras de telefonia e serviços de internet. Por aqui a única opção é a Telefônica. As concorrentes NET, GVT e Livre não têm sinal nesta área", lamenta a gerente Rosana, da RFM.
A coordenadora regional do Procon, Aparecida Tijiwa, recomenda que os prejudicados acionem advogado especializado em Direitos do Consumidor para entrar com ação por danos morais e perdas financeiras contra a Telefônica. Uma opção é a ação coletiva. Os Procons atendem somente o consumidor pessoa física.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5945420/falha-em-telefonia-prejudica-industrias.aspx
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