quarta-feira, 28 de março de 2012

Telefonia não avança e municípios do Amazonas acumulam transtornos

MANAUS – Desde setembro do ano passado, o Amazonas tem mais linhas de telefonia móvel do que habitantes. São 3,3 milhões de celulares, em uma proporção de mais de 105 habilitações para cada grupo de 100 pessoas. Sendo assim, é natural esperar que o serviço ofertado a tantos usuários tenha a qualidade mínima para atender a demanda. Infelizmente, a expectativa se transforma em decepção ao constatar que o avanço das telecomunicações caminha a passos lentos no Estado – principalmente e com maior gravidade entre os municípios do interior.

Edson Galvão é professor e mora em Lábrea (a 702 quilômetros de Manaus) há um ano e meio. Desde então, quando deixou a capital, foi obrigado a mudar o número de telefone e a operadora. O motivo: “Aqui só temos a cobertura da Vivo e ainda é de péssima qualidade”, reclama. O retrato da seriedade do problema é evidente. Nesse período que ele está em Lábrea, a concessionária assinou um compromisso de melhoria no sistema. No entanto, ele diz que nada aconteceu.

“A cidade só tem uma torre para celulares. A ligação, dentro de Lábrea, é ruim e precisamos tentar, às vezes, umas quatro vezes até a linha completar”, conta Galvão. E nem só a telefonia móvel é ruim; a internet praticamente não funciona. “A população só tem acesso à conexão via rádio. Eu, por exemplo, pago R$ 100 por uma internet de uns 50kbps. Ou é isso ou não é nada”, critica o professor.

Em entrevista ao portalamazonia.com, o deputado estadual e presidente da Comissão de Gestão e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa do Estado (CGESP/Ale/AM), Chico Preto (PSD/AM) declarou que a precariedade do serviço resulta no prejuízo das populações de todos os municípios amazonenses. “A economia dessas cidades é afetada. E há prejuízos até pra serviços básicos como da Polícia e de socorro”, lembra.

Em outubro do ano passado, devido à gravidade do problema, as cinco operadoras de telecomunicações em operação no Estado firmaram compromissos no Plano de Revitalização da Telefonia. Entre as metas acordadas, a recuperação de telefones públicos – único meio de comunicação de algumas comunidades ribeirinhas -, ampliação das redes e operabibilidade entre as operadoras e implementação de fibra ótica de internet. Confira algumas dessas metas:



Uma nova audiência pública vai discutir o andamento das soluções pra o transtorno nesta terça-feira (27), em Manaus, durante audiência pública no plenário da Ale/AM. “Vamos cobrar explicações sobre o que já foi feito pelas telefônicas e comparar os dados apresentados com os relatórios das audiências realizadas no primeiro trimestre deste ano pela Comissão de Gestão e Serviços Públicos da Assembleia em vários municípios”, explica o Chico Preto.

A audiência deve contar com a participação do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Batista de Rezende; de representantes das cinco empresas de telefonia e de Ministério Público e do Procon/AM.

Fonte: http://www.portalamazonia.com.br/editoria/atualidades/telefonia-nao-avanca-e-municipios-do-amazonas-acumulam-transtornos/

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