terça-feira, 27 de março de 2012

Novos desafios dos distribuidores de TI

Por Francisco Camargo

Vivemos em uma época acelerada, em que as coisas se desenvolvem exponencialmente. Nas empresas existem dois movimentos, um cultural, mais conservador, e outro tecnológico que se move à velocidade da luz. É difícil acompanhar a evolução da tecnologia e o seu impacto cultural e social. As diferenças entre as gerações nunca foram tão evidentes. Os mais velhos se sentem um pouco perdidos nesse novo mundo que emerge, consequência das mudanças tecnológicas.

A Globalização, que praticamente se iniciou com a histórica visita do Nixon à China, foi rapidamente catapultada pelas novas tecnologias de telecomunicações e convergência digital. Um novo passo foi dado pela virtualização, velha invenção da IBM que de repente reaparece sob nova roupagem e usando novas tecnologias.

Reconhecemos que a virtualização não foi imprescindível, mas com a internet, barateou muito a existência das WAN’s e com elas o surgimento do conceito de “Nuvem”, que se paga pelo processamento e pela armazenagem de dados.

É bom ter em mente que a computação na “Nuvem” é o primeiro passo para transformar o “processamento de dados” ou “informática” em “utility”, como Energia Elétrica, Água, Telefone, TV a Cabo, em que o processo de cobrança é o “on demand”. E que o processamento e armazenagem de informações pesadas serão realizados na nuvem e os Notebooks, Tablets e Celulares serão as unidades de entrada e saída de informações. Isto explica a consolidação que está acontecendo no mercado de Data Centers, com as grandes empresas se preparando para serem a Telefônica e a Sabesp de amanhã.

Tudo isso, para dizer que a Distribuição de Software e Hardware está mudando mais rapidamente ainda. As empresas e as pessoas ficarão cada vez mais independentes da compra de hardware e software, pois tudo passará a ser cobrado sob demanda, diretamente pelo prestador de serviço na “Nuvem”.

Evidentemente que os prestadores de serviço na “Nuvem” serão os responsáveis pela qualidade e pela segurança do que entregam, e continuarão a precisar de hardware e software, mas o mercado ficará muito estreito para distribuidores e integradores. A transição se fará mais rápido que imaginamos, pois o nosso cérebro é linear, mas todo o processo é exponencial.

Nesse cenário, as vendas de micro-computadores e notebooks cairão e as de tablets e smartphones explodirão. As empresas migrarão primeiro as funções não específicas, como emails, documentos de texto, planilhas, powerpoints, Antivírus, Webcontent filter para a nuvem. Depois softwares especializados, mas não específicos como o CRM, ERP, controle de Service Desk, softwares Fiscais entre outros.

Esse novo formato também aponta para outras transformações. A área de TI será bastante reduzida na parte técnica, mas ainda haverá espaço para Análise Funcional e escolha de melhores soluções em “Nuvem”. Poucas empresas têm especialistas em Eletricidade, em Água e Esgoto, em Telefonia, em TV a Cabo e o mesmo acontecerá na área de Informática. Por último ficarão softwares específicos. Talvez por legislação local alguns serviços não poderão ser realizados fora do País, mas poderão ser realizados em “Nuvens brasileiras”.

Nesse contexto as vendas multinível, por meio de distribuidores de valor agregado – VADs – e de seus canais, deve se manter apenas para os mais bem preparados e também para os que conseguem identificar as reais demandas desse novo mercado. Porém, é preciso reconhecer que os desafios cada vez mais se complexificam na medida em que se torna necessário azeitar as engrenagens para atender objetivos diferentes dos que eram postos até então. Houve mudança e para as VADs sobreviverem será necessário entender tais mudanças e garantir ofertas que vão ao encontro desse novo paradigma tecnológico. A satisfação e fidelização dos clientes, sempre oriundas da capacitação, permanecem, bem como o bom relacionamento ainda será a palavra-chave.

Como se sabe, o mundo corporativo é movido por muita tecnologia. O acirramento da competitividade, demanda por redução de custos, aumento da produtividade, necessidade de alta qualidade e rápido retorno do investimento. Os distribuidores terão como principal desafio inovar na prestação de serviços e no suprimento de novas tecnologias, para continuarem a ter valor para os fabricantes e para as revendas nesse novo ambiente.

Fonte: http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=68937:novos-desafios-dos-distribuidores-de-ti&catid=48:cat-info-ti&Itemid=329


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