sábado, 24 de março de 2012

Estudo do Ipea discute substituição da telefonia fixa pela móvel

Entre razões da substituição, do ponto de vista econômico, estão o fato de o serviço móvel ser pouco sensível à variação de renda e de não ter assinatura básica

O Ipea, em parceria com a Socicom (Federação Brasileira das Associações Científicas e   Acadêmicas de Comunicação)  lançou hoje, em São Paulo, a coletânea 'Panorama da Comunição e das Telecomunicações no Brasil'. Nathalia Almeida Souza Lobo, autora do artigo 'Fixo e móvel: Substituição ou complementaridade? Evidências para o Brasil', discute como a telefonia móvel, a partir de um mercado quase inexistente em 1990,  conseguiu alcançar 217 milhões de assinantes em junho de 2011. Já o serviço fixo está quase estagnado em 40 milhões de assinantes desde a privatização em 1998.

Apesar da grande discrepância de base de assinantes entre os dois serviços, segundo a autora, o fixo ainda ainda consegue garantir sua sustentabilidade em função de serviços suplementares, como internet e TV por assinatura. A linha fixa vai aos poucos se tornando artigo  de luxo, diz a autoria, porque as pessoas são muito mais sensíveis ao preço da assinatura da telefonia fixa do que ao preço do minuto da telefonia fixa o que as leva a escolher a telefonia móvel na modalidade pré-paga onde estão a maioria dos clientes.

Para Nathalia, o serviço de telefonia móvel é substituto do serviço de voz fixa, embora o inverso não seja verdadeiro, numa tendência irreversível. Ela credita parte dessa tendência aos custos de interconexão fixo/móvel. Segundo seu estudo, a variável custo mais sensível nesse modelo é a tarifa de VC1 (valor da chamada local da telefonia fixa, que é regulado pela Anatel). Um aumento de 10% nessa tarifa leva a um aumento de 4% do consumo de serviços móveis, que não têm a chamada local regulada, e a uma redução de aquisição da telefonia fixa em 78%. Ou seja, quanto mais sobe essa tarifa maior a tendência de substituição do serviço fixo pelo móvel.

Já um aumento de 10% no preço do serviço móvel tem um efeito muito menor na aquisição de linhas fixas (19,4%). Mais importante para a sobrevivência da linha fixa é a presença de acesso à internet no domicílio, que faz crescer a subscrição do serviço em 0,26. Enquanto a telefonia móvel é muito pouco sensível à variação de renda, a telefonia fixa tem aumento na demanda de 2,9% quando a renda aumenta em 10%.

Fonte: http://telesintese.com.br/index.php/plantao/18849-estudo-do-ipea-discute-substituicao-da-telefonia-fixa-pela-movel

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