sexta-feira, 2 de março de 2012

Quão confiáveis são os dados de tráfego repetidos exaustivamente pelas teles?

Durante as palestras do Mobile World Congress, que aconteceu esta semana, um número foi repetido inúmeras vezes: o tráfego de dados nas redes móveis será multiplicado por 18 até 2016. Foi como um mantra para justificar as necessidades de investimento em redes, as novas arquiteturas baseadas em micro-células, os acordos de negócio a serem buscados com os provedores de conteúdo, os novos planos de dados que precisam ser inventados...

Esse e outros números citados por quase todas as operadoras nas palestras e debates têm como fonte, quase sempre, o Visual Networking Index (VNI), produzido pela Cisco desde 2006, e ao que tudo indica é com base nesse dado que todas as projeções e planejamentos de negócios estão sendo tomadas. Mas afinal, o que garante a precisão dessas informações? Qual a metodologia por trás dos dados?

Segundo Robert Pepper, VP de políticas tecnológicas da Cisco, as informações são coletadas de duas maneiras. Primeiro, dentro das próprias redes das operadoras: a Cisco tem acordos com vários provedores de Internet e operadoras de telecomunicações para instalar em suas redes equipamentos que analisam o perfil do tráfego total da rede, para identificar tipos de conteúdo e origem. Depois, são coletados dados sobre a quantidade de acessos dos operadores junto a fontes oficiais, como governos e junto às próprias operadoras.

A Cisco também adquire informações coletadas por softwares de teste de qualidade de rede, como o Speedtest (que inclusive está sendo recomendado no Brasil para que os usuários verifiquem a qualidade de suas conexões). Esses testes permitem ter uma medição sobre a velocidade média no acesso final. E por fim são cruzados dados referentes a projeções de crescimento das bases de assinantes de institutos de pesquisa confiáveis. Com tudo isso, a Cisco faz o cruzamento das informações e revela as suas projeções que, segundo Pepper, têm registrado historicamente um erro aceitável de um a dois desvios, sempre para baixo. Ou seja, as projeções têm se mostrado conservadoras. "Começamos esse levantamento em 2006, e desde então ele tem sido aprimorado", disse o executivo a este noticiário.

Fonte: http://www.teletime.com.br/01/03/2012/quao-confiaveis-sao-os-dados-de-trafego-repetidos-exaustivamente-pelas-teles-/tt/265598/news.aspx

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